Recentemente
recebi um texto de um amigo que na minha opinião descreve bem a
sensação de alguém que passa por uma experiencia de intercambio no
exterior. Depois de praticamente 6 (seis) meses que voltei ao Brasil percebi
o quanto essa experiencia me afetou de maneira surreal, não se trata
apenas do quanto ganhei academicamente mas o quanto cresci como
ser humano. Ao mesmo tempo que me conheci melhor como pessoa, um lado de mim também parece não ter se encontrado em meio a tanta coisa vivida em pouco tempo. O fato é que você vive a experiencia de uma década em
apenas um ano, e diante de tanta informação a gente as vezes se
sente meio perdido.
Pois
bem, após ler esse artigo consegui entender mais sobre o que
acontece com uma pessoa que passa um determinado tempo fora do que
foi sua realidade toda uma vida e passa a viver uma outra vida, em
outro lugar , com outras pessoas, novos hábitos e novas experiencias. O
texto se encontrava em espanhol, mas tive a dedicação que
traduzi-lo com minhas palavras através do meu conhecimento no idioma para
tentar passar a informação da forma mais autentica possível. Portanto segue
o texto a seguir e ao final o link do artigo original.
Voltar
para casa depois de passar uma temporada fora de seu país é
sentir-se grande, crer que não há nada impossível, é encher de
ar os pulmões, relaxado, sem dificuldades para respirar. É alegria,
energia, um êxtase completo. São abraços, festas constantes de bem
vindas e uma tranquilidade que atordoa. Normalmente, quanto maior
tenha sido a distância e o tempo maior serão essas sensações.
Igualmente
maior também será o choque de realidade para quem retorna ao seu
país. Os especialistas chamam isso de Choque Cultural Inverso.
“Creio que não há realmente uma maneira de descrever esse
sentimento para quem não viveu algo assim. É como uma queda livre,
como boiar sem rumo em águas tranquilas. Você se sente fora de
lugar”, explica Corey Heller, em seu artigo Returning Home
After Living Abroad, publicado em Multingual Living.
Tudo
começa quando sentes na pele que a vida continuou normalmente
enquanto você estava fora. Era obvio, claro que tudo continuaria sem
você. Porém até esse momento não lhe afetava. Você não vivia as
mudanças de costumes e de rotinas, o fechamento do bares de sempre ou a aparição de novas palavras como boda, hipoteca ou bebê no
vocabulário de seus amigos. E você que aparentemente estava em
casa, onde as coisas iriam ser fácies se encontra depois de passada
a euforia inicial do regresso tendo que começar o processo de
readaptação a uma vida que sempre foi sua mas que necessita ser uma
nova vida diferente da que você deixou para trás.
E a mesma
coisa: quanto maior tenha sido sido o tempo e a distancia em que
você esteve fora maior será a tarefa de reconstrução e
o risco de nunca mais sentir-se em casa. “Se você passa muito
tempo em outro país pode ser que nunca mais volte para casa, você
volta como um estrangeiro permanente, não totalmente de casa e nunca
satisfeito”, explicado no artigo Home Sweet Home? Dealing
With Reverse Culture Shock, publicado pela revista Forbes.
Assim
que, aí está você, tentando entender como é possível que a
sensação de que tudo segue igual conviva juntamente com a realidade
que que ao mesmo tempo tudo mudou, incluindo você, principalmente.
“Viver em outro país lhe transforma para sempre. Nunca mais serás
o mesmo e nunca mais irás ver as coias da mesma maneira”, analisa
Heller.
O tempo
passa para todos, as mudanças que ocorrem com o passar do tempo você tende a
apreciar nos que ficaram e os os que ficaram em você que se foi. De
fato, muitas vezes esperam que você se comporte como sempre se
comportou toda a vida. Nesse sentido, a University
Studies Abroad Consortium, da Universidade de Nevada nos EUA,
recomenda tentar se adaptar a vida do seu lugar de origem
mas sem perder as ideias e valores que foram formados enquanto você
esteve fora, e ainda resistir a tentação de voltar a ser o seu
antigo "eu" só para satisfazer as expectativas dos outros.
Entre
tanto desconforto depois de um tempo você se descobre pensando com
nostalgia na cidade que lhe acolheu, sentindo falta do foi sua
casa nos últimos tempos mas que ao mesmo tempo sentia que não era
sua, da mesma maneira que agora não sentes que estás em casa.
Definitivamente inicia-se a síndrome do viajante eterno, dos que
foram e não sabem mais voltar, dos que não sabem a que lugar
pertencem e que lugar podem considerar como casa.
Texto original:
http://www.codigonuevo.com/lo-que-no-les-contaron-a-los-expatriados-sobre-su-vuelta-a-casa/
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